Antes de começar a ler essa matéria, você precisa saber que 1mph equivale a 1,609 Kmh e que na década de 40 e 50, coisas como telemetria,injeção eletrônica,fibra de carbono não existiam!
Toda essa história dos hotrods, rodders, salt flats, fords depenados ,tetos rebaixados e corridas , se consolidou no pós-guerra americano. Meia dúzia de gatos pingados, loucos por adrenalina e velocidade, reuniam-se simplesmente para ver qual o carro mais rápido. Os recursos financeiros dessa galera estavam longe de serem razoáveis. Como um carro era sempre mais rápido que outro, a busca por desempenho e melhorias era constante. O legal é que quem tá na merda se obriga a ser mais criativo que os outros, daí saíram idéias e teorias geniais. Muitas usadas até hoje!
Na década de 40 Bill Burke corria com Ford 32 pelos lagos secos da Califórnia quando foi chamado pelo exército americano para fazer parte da tripulação de um navio. Um dia, tomando uma Bud bem gelada (essa parte da Bud eu inventei hehe) observava um cargueiro que descarregava os tanques de combustíveis dos aviões de combate P51, os lendários Mustangs.
Bill tinha segundas intenções para os tanques dos P51. Ele se impressionou tanto com a aerodinâmica deles que deu um jeito de pegar as medidas. Comparando com as dimensões de um Ford, Bill viu que era plenamente viável construir alguma coisa parecida com um tanque de P51 para correr. Para sua surpresa, quando retornou da guerra e começou a correr novamente, percebeu que nos ferros velhos tinham tanques de combustível dos Mustang aos montes e vendiam a preço de banana, $35! Quem compraria um tanque de avião? E se comprasse, o que faria com ele? Para os ferros velhos 35 dolares estava mais do que bom, afinal de contas, a força aérea americana depois da guerra não tinha o que fazer com as aeronaves e as vendiam por aproximadamente $300. Daí a explicação porque muitos rodders usavam peças de avião em seus carros. Grande parte deles eram ex- combatentes e conheciam bem as peças.
Por 35 dolares Bill Burke nem se cansou em projetar e construir um belly tank. O governo americano já tinha gasto muito tempo e dinheiro na engenharia desses tanques para serem leves e aerodinâmicos em altas velocidades. Dizem que essa foi a maior contribuição do Tio Sam para os rodders.
O primeiro belly tank construído por Bill era de um P51 com 165 galões, o único que ele tinha visto na guerra. Muitas modificações foram necessárias e devido a falta de espaço, a aerodinâmica não ficou ideal. Ele correu em 1946 com motor v8 Mercury atingindo 131.96mph.
No ano seguinte Burke fez um carro usando o tanque de um avião P38.
Com 315 galões o tanque do P38 era muito maior que o P51. A diferença foi que nesse carro o motor passou pra atrás, o piloto pra frente e tirando as rodas, tudo coube dentro do tanque. Não se tem dados da velocidade alcançada por esse carro, mas certamente deve ter superado o primeiro belly tank construído por Bill.

Alex Xydias, proprietário da loja So-cal, também foi um famoso “racer tank”. Seu carro era parecido com o do precursor Bill Burke salvo uma bolha que cobria o piloto e melhorava ainda mais a aerodinâmica.





6 comentários:
Muito bom isso aí meu! Show de bola essa história. É sempre bom saber que nem sempre a grana faz tudo acontecer. As idéias, assim como a força de vontade, se não estiverem alinhadas com alguma grana, não deixam o sucesso chegar.
E é assim que no pós-guerra as coisas aconteciam. Acho que estamos precisando de mais uns loucos que nem aqueles!
Abração!
valeu rafa!!!
só a grana não adianta mesmo, o cara tem que ter a "catinga no corpo" hehehe
Ter visão e coragem para fazer. E alguma grana é certo que ajuda.
Ótimo texto. Cativante até o final.
Diferentemente dos precursores do automobilismo, hoje em dia falta criatividade. Ou coragem mesmo...
Li uma frase que representa bem isso: "O impossível, em geral, é o que não se tentou." (Jim Goodwin)
Por isso que nos chamam de loucos. heheheh
Muito legal a reportagem!!!
Bicho, teu blog é bom para cacete! Parabéns.
Abraço, Nik.
http://carrosantigos.wordpress.com/
http://shoeboxford.wordpress.com/
Postar um comentário